Viva IEMG
Texto de Maria Tereza Penna
Aluna do IEMG no final dos anos 60 e início dos 70. A autora é artista plástica, poeta, produtora rural, reciclagem de fibras
Entrei em 1968 e estudei no Instituto de Educação de Minas Gerais até 1975. Foi o local mais estimulante e o espaço melhor organizado para transmitir aprendizado com responsabilidade incluindo alunos e professores. Foi um tempo difícil para todos nós brasileiros. Ĺá, no IEMG nos educavam para questionar e termos nossos próprios entendimentos e opiniões, termos a coragem de mudar nossos pensamentos e assumir novas propostas quando forem necessárias e não termos vergonha ao perceber e reconhecer melhores posturas e argumentações que as nossas. Nos ofereceram materiais de qualidade além dos livros didáticos para termos escolhas. Bibliotecas e laboratórios para pesquisas, 8 anos de teorias musicais, artesanato e mestres que admiramos até hoje. Lembro-me de trabalhos de literatura onde aprendíamos sobre fundos musicais para poesias e encenação para florilégios. Trabalhos que foram parar no Suplemento Literário do Minas Gerais. Psicologia 1, 2, 3, Bio Psicologia e outras matérias da Escola Normal para capacitação de profissionais para o magistério. Ensinamentos com a finalidade a escrever e criar imagens com excelência e muita paixão. Falo com orgulho de ter estudado, convivido com pessoas que se tornaram e fazem parte da minha vida até os dias de hoje. As escadarias que nos convidavam a subir e escalar novos patamares...
Um ambiente majestoso que nos inspirou a acreditar que sonhos fantásticos são possíveis. Nós, mulheres éramos importantes para um novo mundo onde teríamos escolhas e ensinaríamos sobre independência e liberdade. As duas premissas para mantermos o direito de escolhas e repensarmos sobre ética e justiça! Era uma Escola envolvente e abrigava jovens carentes de conhecimentos sobre ciência e ética e o que
acreditavam ser necessário para uma vida sustentável. Compartilhar o aprendizado com quem busca fazer a diferença para si e para os seus era e ainda é promessa que importa! Saudades! Muitas... Ainda subo as escadarias em minhas fantasias e devaneios.
Obrigada Instituto de Educação de Minas Gerais!